A sessão de quinta-feira na Câmara de Riachão do Jacuípe foi marcada por ofensas e agressões a pessoa do gestor Carlos Matos pelo oposicionista Gabriel de Laurinho
O vereador Gabriel Falcão (Gabriel de Laurinho), filho do ex-prefeito, Lauro Falcão, que está inelegível, não poupou xingamentos ao prefeito Carlos Matos (UB), de Riachão do Jacuípe, na Bacia do Jacuípe a 188 km de Salvador. O prefeito informou que a presença na Casa da Cidadania naquela oportunidade se dava a convite do amigo pessoal Del Feliz, artista jacuipense de sucesso nacional, para prestigiá-lo mais uma vez, por receber a segunda homenagem deste biênio em que a Câmara Municipal estava prestando ao amigo, cantor e compositor jacuipense por ter sido, em turnê pelo Japão, homenageado com mais um título de Guardião do Forró.
Realizada a homenagem, o vereador, Célio Roberto solicitou à mesa diretora um pequeno espaço para que, na oportuna presença do gestor público, ele pudesse esclarecer sobre uma recente polêmica que envolvia a ambulância comprada pela gestão pública para doar à Brigada Anjos Jacuipenses. Inicialmente, apenas os vereadores Antônio Marcos (Marquinhos), José Silvestre (Zil) e Gabriel Falcão, que parecia irritado, se exaltaram contra a participação do prefeito naquele momento, alegando que a Casa estava quebrando regras do Regimento Interno, abrindo este precedente.
Mesmo assim, com a permissão da maioria, o prefeito fez os esclarecimentos, informando que está esperando a liberação dos documentos para entregar a ambulância comprada por R$ 220 mil com recursos próprios do município.
“Riachão já tem notado o prefeito arrogante, prepotente, um cara que mente com a cara mais lavada, ditador, violento. Eu alerto aqui a pais e mães de família que não dirijam a palavra a ele porque ele é capaz de bater em vocês”. E sem controle, Gabriel vai mais longe, chamando a Câmara de ditadora por deixar o prefeito usar a palavra. “Charlatão, nunca estudou, nunca trabalhou, sempre viveu dos cofres públicos. Lhe peço que respeite a minha família, que tem homem de bem, diferente de você. Isso é uma falta de vergonha da sua cara, você só vem pra cá mentir para o povo. Então quero alertar ao povo, quem é Carlos Matos, uma pessoa que mente, que é arrogante, caloteiro”. E segue o vereador, adjetivando de forma pejorativa, o gestor público de Riachão do Jacuípe, inclusive atribuindo ao prefeito uma violência doméstica, alegando que se a justiça no Brasil existisse o prefeito de Riachão estaria preso, por bater em mulheres. Ele é “prepotente, arrogante, caloteiro e violento”, frisa mais uma vez, o vereador.
Mais tarde no expediente na Tribuna, do Regimento da Casa, na mesma quinta-feira, Gabriel se desculpou afirmando que estava um pouco exaltado, alegando chateação com uma briga externa, que segundo ele, havia acontecido entre o prefeito e o tio, conhecido por Juscelino de Silo.
Nossa redação procurou ouvir o prefeito Carlos Matos que se pronunciou e que o povo de Riachão do Jacuípe o conhece e conhece o vereador em questão. E que estuda com a assessoria jurídica medidas que pode e deve adotar contra a fala desrespeitosa e agressiva do vereador de oposição.
Segundo o prefeito Carlos Matos ele já estava ausente da sessão no momento das ofensas proferidas pelo vereador. “Riachão me conhece, sou uma pessoa calma, não fumo, não faço uso de bebidas alcóolicas, nem muito menos, já recebi dinheiro público nomeado com trabalho aqui, mas morando fora do Brasil. Por isso, irei solicitar que a Justiça tipifique cada ofensa que o vereador dirigiu a mim., inclusive, de maneira covarde, pois esperou minha ausência, para destilar seu ódio e suas calúnias. Não posso deixar tudo isto dito sem questionar, sem me defender”, explicou Matos.
Por que Paraguai
Durante as interrupções do vereador Gabriel, o edil Célio Roberto (Celinho) se mostrou aborrecido, e lançou a seguinte frase: “volta para o Paraguai, Gabriel”. De acordo com outros vereadores e pessoas presentes na Câmara o “volta para o Paraguai”, é referente aos anos que o vereador estudou Medicina naquele país, inclusive apresentando certificado falso de conclusão de curso, o que não o permitiu levar o curso adiante. No mesmo período, o filho do ex-prefeito estava lotado como secretário parlamentar, no Gabinete do Deputado Federal, Bacelar, em Brasília. Em 2021, questionado em sessão pelo vereador licenciado, Xavier Menezes sobre esta irregularidade, Gabriel Falcão confessou e disse que isso era normal. Depois da sessão, muitos populares começaram, através dos grupos de WhatsApp a questionar o porque o termo “vereador do Paraguai”. Mais uma vez, a redação foi atrás das provas que ouvimos de muitas fontes, presentes na Câmara Municipal de Vereadores.
Abaixo, a lotação de Gabriel Falcão, na Câmara dos Deputados Federais, em Brasília, mais precisamente, no gabinete do deputado Bacelar. Embora Gabriel veja esta irregularidade como normal, é impossível trabalhar em Brasília e estudar no Paraguai no período de dezembro de 2015 a abril de 2019. A Câmara Federal funciona apenas em dias uteis, assim como escolas presenciais.
NR.: O portal vai entrar em contato com a PF, MPF, Câmara Federal para saber como anda a investigação da suposta situação de receber salário em Brasília e estudar no Paraguai. E também, entrará em contato com o deputado Bacelar (PV), para pedir que se manifeste sobre o assunto já que o vereador era lotado no gabinete dele. A redação teve acesso à nomeação, em dezembro de 2015, e exoneração em abril de 2019, de Gabriel Falcão.