Na comparação com maio de 2022, também houve queda de 1%, na primeira taxa negativa após nove meses de altas
O volume de vendas do comércio varejista no Brasil caiu 1% em maio na comparação com abril, segundo dados divulgados na sexta-feira, 14/7, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na comparação com maio de 2022, também houve queda de 1%, na primeira taxa negativa após nove meses de altas. O indicador acumulado no ano chegou a +1,3% e, nos últimos 12 meses, apontou para alta de 0,8%.
O desempenho de maio ficou acima do esperado pelo mercado: o consenso Refinitiv projetava estabilidade (0,0%) na comparação mensal. A previsão na comparação anual era de uma elevação de 1,95%.
Das oito atividades analisadas pela pesquisa, quatro mostraram queda e quatro subiram. Entre as atividades que registraram queda, o destaque foi para o setor de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que recuou 3,2%. Isso após apresentar crescimento de 3,6% em abril.
Cristiano Santos, gerente da pesquisa, explicou em nota que esse é um setor que representa mais de 50% da fatia de todas as informações coletadas pela PMC. Além disso, a atividade vem de uma aceleração em abril, em um fenômeno que serviu para estancar as quedas anteriores.
Para o pesquisador, a conjuntura pressionou o consumidor a fazer opções, que acabaram se concentrando no consumo em hiper e supermercados em abril, o que mudou agora em maio. “É uma espécie de rebote, onde a escolha do consumidor pareceu ser de consumir menos nessa área e consumir mais em outras atividades”, afirmou.
Também houve recuo em outras três atividades: tecidos, vestuário e calçados (-3,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,3%) e móveis e eletrodomésticos (-0,7%). Segundo Santos, esses setores têm sido afetados pela redução de lojas físicas das grandes cadeias varejistas. E nem mesmo o Dia das Mães, data que costuma aquecer o comércio em maio, conseguiu reverter esse efeito.
Entre as altas, destaque foi do o setor de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com de 2,3% de crescimento em maio. “Embora venham de sucessivos crescimentos, as vendas nessa atividade aceleraram no mês, provavelmente impactadas pelo Dia das Mães”, disse Santos.