A crise no IBGE começou após o presidente do órgão, Márcio Pochmann, anunciar a criação do IBGE+
O ASSIBGE (Sindicato Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do IBGE) convocou uma reunião on-line para debater as recentes polêmicas envolvendo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Pauta da reunião: serão discutidos ataques ao sindicato, criação do IBGE+, pressão pela aprovação da LOA, ações nos estados em 29/1 e questões sobre o reajuste salarial.
Criação do IBGE+: a fundação proposta pela presidência gerou conflito com servidores, que alegam falta de consulta técnica e risco à autonomia do órgão.
Desgaste interno: relações deterioraram desde agosto de 2024, com o retorno parcial ao trabalho presencial e mudanças na Diretoria de Pesquisas.
De acordo com o sindicato, a reunião terá como objetivo debater e construção de “uma estratégia coletiva frente a situação pelo IBGE”. O encontro será realizado nesta quinta-feira, 23/1, às 19h.
Em nota, o Sindicato explanou quais serão os assuntos debatidos na reunião. Eles são: ataques ao sindicato por parte da direção do IBGE; atualização sobre a questão do IBGE+; atividade de pressão nos estados dia 29 de janeiro; pressão pela aprovação da LOA e esclarecimentos sobre o pagamento do reajuste.
Crise no IBGE
A criação da fundação IBGE+ deflagrou uma nova crise interna no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e uma guerra de versões entre o presidente do órgão, Márcio Pochmann, e servidores.
A relação entre a cúpula da entidade e o sindicato já estava deteriorada desde agosto de 2024, quando houve a determinação de retorno ao trabalho presencial para os funcionários que estavam de home office desde a pandemia.
De acordo com Pochmann, a criação de uma fundação é necessária para o reconhecimento do IBGE como Instituição de Ciência e Tecnologia. Ele afirmou que esse status permitirá a busca de recursos não-orçamentários “essenciais para a urgente e imprescindível modernização e fortalecimento tecnológico”. O matemático alegou que o processo foi discutido no Conselho, com comunicado no portal do instituto e no site próprio da fundação.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do IBGE discorda. Os servidores afirmam que o quadro técnico não foi consultado e destacam a possibilidade de a fundação “comprometer a autonomia técnica do órgão oficial”. De acordo com os sindicalistas, exonerações recentes na Diretoria de Pesquisas do órgão demonstram “que não se trata de uma corriqueira discordância”. A presidência nega comprometimento da autonomia técnica.