Ídolo da Seleção Brasileira parecia distraído, bocejava muito e até riu quando o juiz o repreendeu por não prestar atenção
A um mês do início da Copa do Mundo do Catar, Neymar foi a julgamento em Barcelona, nesta segunda-feira, 17/10, no processo que investiga fraude e corrupção na sua transferência do Santos para o Barcelona, em 2013. Outras oito pessoas também são julgadas.
O ídolo brasileiro chegou à cidade espanhola na manhã desta segunda-feira. Pouco antes das 10h, ele já estava no saguão do tribunal, vestido de preto, acompanhado de seu pai e confraternizando com Sandro Rosell, ex-presidente do Barça. O julgamento começou logo depois e durou duas horas.
O caso tem como centro a alegação feita pela empresa brasileira DIS, que detinha 40% dos direitos de Neymar quando ele estava no Santos. De acordo com os representantes, o atleta conspirou para que a organização não recebesse sua fatia legítima em sua transferência para o Barcelona, em 2013.
De acordo com a agência Reuters, os promotores espanhóis pediram uma pena de prisão de dois anos e multa de 10 milhões de euros para Neymar. Eles também tentaram uma pena de cinco anos de reclusão para o ex-presidente do Barça Sandro Rosell, além de multa de 8,4 milhões de euros para o clube.
Sentado no banco dos réus, Neymar às vezes soava distraído, olhando para baixo e bocejando. O atleta, inclusive, riu quando o juiz José Manuel del Amo Sánchez sugeriu que ele deveria estar cansado depois de marcar o único gol na vitória crucial do PSG contra o Olympique de Marseille na noite de domingo, 16.
Entenda o caso
O caso começou entre 2011 e 2013, período quando Neymar foi transferido do Santos para Barcelona. Após a denúncia da empresa DIS, investigações foram realizadas na Espanha e no Brasil para apurar se valores devidos dessa transferência foram realmente ocultados.
Desde que tomou ciência da denúncia, a defesa de Neymar nega irregularidades, mas, em 2017, o Supremo Tribunal da Espanha rejeitou os recursos do jogador, de seus pais, da empresa da família ‘N&N’ e dos dois clubes, abrindo caminho para que o caso fosse a julgamento.
As denúncias à Justiça da Espanha feitas pelo Grupo DIS chegaram a ser arquivadas, mas o Tribunal Nacional de Justiça da Espanha ordenou ao juiz José de la Mata reabrir o chamado ‘caso Neymar’ para processar o atacante brasileiro e os demais envolvidos na suposta apropriação milionária.
O tribunal acatou o recurso da Receita contra a decisão de arquivamento e, na época, o Barcelona chegou a fazer um acordo com a promotoria, admitindo ter cometido dois crimes fiscais na contratação de Neymar, nos exercícios de 2011 e 2013, e se comprometendo a pagar multa de 5,5 milhões de euros.