Estado lidera número absoluto de assassinatos que de 2006 cresceu mais de 125% em 5 anos e hoje tem aumento de 72%, segundo a ONG Observatório da Segurança Pública
A morte de um policial federal, no Bairro de Valéria, em Salvador, retrata mais uma vez a falência total das forças de segurança no Estado da Bahia, o quinto mais populoso do País, mas que lidera o número total de homicídios com quase 5,5 mil por ano, ou próximo de 150 morte por dia, e ainda mais de 6 por hora, 1 a cada 10 minutos. Os dados, por si só, são assustadores e alarmantes, mas é o cotidiano dos 14 milhões de baianos que vivem na insegurança desde 2007, quando o atual governo assumiu o poder. Nos últimos 6 anos houve redução de assassinatos no Brasil de mais de 62 mil por ano para ainda altíssimos 42 mil, maior do que todos os mortos norte-americanos em todas as guerras que envolveram o Exército dos Estados Unidos desde o Vietnam, no fim dos anos 1960.
Em cada rua, avenida, bairro, povoado, distrito ou cidade não se pode viver em paz. Quase em todos os lugares existe um criminoso convivendo com moradores e até mesmo integrantes das forças de segurança (policiais, por exemplo).
A inércia do Estado não percebeu a invasão de lideranças do BDM (Bonde do Maluco), CV (Comando Vermelho) e do PCC (Primeiro Comando da Capital), entre outros, enraizadas em pequenas cidades e nas periferias das maiores.
Nenhuma medida efetiva jamais foi adotada pelos senhores governadores de 2007 até hoje (16 anos e 8 meses), a não ser propaganda de que tem mais viaturas, mais policiais e melhoria, de vez em quando, de algum batalhão da PM ou delegacia da Polícia Civil. Funcionam como paliativos, pois o número nos três itens ainda é insuficiente e falta – acreditam – material adequado para que os policiais possam trabalhar e exercer a atividade adequadamente.
O que está errado é política, supostamente para atender as necessidades, espalhada pelos meios de comunicação social, como TV, rádios, jornais e portais de notícias, que falam dos fatos, mas omitem, por interesse ou desconhecimento, a origem e a realidade para a grande população. Porém, as redes sociais não deixam escapar dados e números que violentam a paz da Boa Terra, hoje apenas na poesia do passado.
A Bahia não cresce, não apresenta desenvolvimento econômico nem social há décadas. E continua assim. A RMS (Região Metropolitana de Salvador) com 13 cidades (Salvador, Camaçari, Candeias, Dias d’ Ávila, Itaparica, Lauro de Freitas, Madre de Deus, Mata de São João, Pojuca, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Simões Filho e Vera Cruz), com as mais ricas do Estado e mais de 3,5 milhões de habitantes, apresenta baixíssimo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) pelo PIB (Produto Interno Bruto) que tem e a receita de cada uma das cidades, com raras exceções.
A segurança pública é obrigação do Estado (Governo da Bahia, no caso), conforme a CF (Constituição Federal), mas a demagogia dos políticos quer que a população, no caso baiano com mais de 2 milhões sem emprego (somente na RMS são 500 mil) nem renda per capita adequada (todos no programa de transferência de renda), um dos três maiores do Brasil, e a maioria 60% (sessenta por cento) com salário inferior a 1,5 SM (salário mínimo) R$ 1.980, ou U$ 400, padrão dos piores do Mundo, exceção dos mais pobres para não dizer países miseráveis financeiramente, faça alguma coisa. Inacreditável.
Ainda temos esperança, mas somente se os atuais governantes, ou os futuros, reconheçam a falência e mude o que está fazendo ou estaremos fadados a viver no Estado dominado pelos criminosos – assassinos, traficantes, de armas, drogas – e omissão do Poder Público.
Yancey Cerqueira, Dr. h. c
Radialista DRT/BA 06